Paulo Freire, cidadão do mundo.




1.0 INTRODUÇÃO
A educação no contexto contemporâneo, ainda é vista pelo sistema econômico, como algo que serve para preparar o indivíduo como se fosse produto de capital humano, ou seja, segue como modelo de formação de sujeitos preparados para serem produtos de mercado, que atenda às necessidades do capital econômico e produtivo, que se perceba hegemônico, formado pelas competências da empregabilidade.
 Nesse sentido, pensar numa educação que venha na direção oposta a essa ideologia, que consolide as necessidades de um povo excluído dos seus direitos básicos, que contemple os princípios da formação de cidadãos críticos, conscientes e construtores da sua história, gera inúmeros problemas de ordem social e política, isto inclui uma conscientização e aprofundamento amplo acerca dos fundamentos da educação a ser construída, baseada em princípios que torne realidade sólida, concreta e contextualizada, voltada para atender a essa demanda da sociedade que vive muitas vezes esquecida  da mídia. Nesse sentido, Paulo Freire buscou resgatar e conscientizar as pessoas menos favorecidas da sociedade.
Desenvolveu um método de alfabetização que o tornou conhecido no mundo inteiro, sua inquietação com os mais humildes lhe valeu muita indignação de modo que, para Freire, ensinar a ler e escrever era pouco, para ele o mais importante seria o desenvolvimento do senso crítico dos indivíduos para o pleno exercício da cidadania, e não apenas o adestramento de mão de obra para o mercado de trabalho.
Freire via a alfabetização como processo de conscientização que capacita o oprimido tanto para a aquisição dos instrumentos de leitura quanto para sua libertação. Isto nos mostra a preocupação educativa voltada apenas para a alfabetização como forma de promover a “cidadania”, uma maior participação do povo, ainda que restrita.
Numa época de educação burocrática, formal e impositiva ele se contrapôs a ela, levando em conta as necessidades e problemas da comunidade e as diferenças étnico-culturais, sociais, de gênero e os diferentes contextos.

2.0 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 Quem foi Paulo Freire?
Paulo Reglus Neves Freire, pernambucano de Recife, católico por formação, nasceu em uma família de classe média no ano de 1921. Foi uma criança normal, não foi reconhecido como um aluno destaque em sala de aula, pois, foi considerado atrasado pelos professores, pois não sabia escrever e errava muito nos seus escritos. É extremamente relevante sua importância no contexto educacional, uma voz que representou o povo humilde e renegado da sociedade brasileira, ou seja, os menos favorecidos. Conseguiu destaque nacional e internacional com o seu método e as inúmeras palestras e conferências, atuando quer seja como professor ou educador.
Em 1943 ingressou na Universidade do Recife para cursar direito, no entanto, acrescentou Filosofia da linguagem aos seus estudos, contudo, Freire nunca exerceu a profissão de advogado, preferiu ser professor de língua portuguesa numa escola de segundo grau, hoje ensino médio.
No ano de 1929 conheceu a fome de perto, diante da grande depressão econômica sofrida no país, isso o tornaria um ser totalmente voltado para as questões de ordem social, abraçou as causas dos pobres e oprimidos, entendendo que através da educação seria possível mudar de vida, daí a necessidade de criar um método que pudesse alfabetizar e conscientizar os menos favorecidos da sociedade, principalmente trabalhadores braçais e analfabetos do nordeste, os quais em curtíssimo espaço de tempo foram alfabetizados, o que poderia mudar a vida dessas pessoas renegadas à ignorância analfabética, e assim a possibilidade de uma vida mais digna seria construída, reestruturada, enfim, como partícipes de uma sociedade, onde o cidadão que sabe ler e escrever contribui de forma livre e democrática.
Paulo Freire foi um educador nato, cidadão do mundo, que se importou, incomodou e  indignou-se com a pobreza educacional que vivia seu povo, seu país, e dessa forma o mundo, pois viajou e pregou sua ideologia em muitas partes do universo, fez valer seus pontos de vistas, suas ações, seus ensinamentos, através de um método que era capaz de alfabetizar pessoas em 40 horas, e com isso ensinou as pessoas a fazer as leituras de mundo, conhecer para agir, exercitar o direito universal das pessoas de questionar, reivindicar e fazer parte da construção de sua própria história, uma voz que se apresentou em favor dos excluídos da sociedade, conseguiu empolgar toda uma legião de professores, artistas, intelectuais, estudantes e pessoas da esquerda que viram na figura de Freire e nos seus ideais a possibilidade de mudanças, de conscientização das camadas baixas da sociedade, como cidadãos participantes da democracia, uma vez que aprendendo a ler e escrever os oprimidos teriam direito de votar e escolher seus legítimos representantes por meio do voto.
 O legado de Paulo Freire traz para os seus seguidores a consciência do inacabamento do ser humano, que a cada dia é capaz de aprender mais e de arquitetar o seu conhecimento por meio da educação, que sempre foi voltada para as classes mais favorecidas, por meio dos seus ensinamentos, foi capaz de conscientizar inúmeros professores e seguidores, publicou mais de cinquentas obras voltadas para a reflexão e ação, lida por milhares de pessoas do mundo inteiro.
Assim, com o enorme sucesso do desenvolvimento do seu método, que ficou conhecido como “O Método Paulo Freire”, onde consegue em pouquíssimo espaço de tempo alfabetizar milhares trabalhadores, Freire foi coordenar o PNA (Plano Nacional de Alfabetização),obtendo o sucesso desejado, consegue alfabetizar milhares de brasileiros, que passaram a ter poder de opinar, de voto, o que não agradou a muitos anti- populistas e conservadores, em face das convicções políticas-pedagógicas da sua prática. com isso agravou-se a situação e o método foi visto como perigoso e assim em 1964 com o golpe militar foi extinto.
 Conforme referenda Scocuglia(1999.p.9),
Esse plano previa a alfabetização “em massa” de 5 a 6 milhões de brasileiros, em 1964 através da formação de 20.000 ”de círculos de cultura”. Note-se que nas eleições presidenciais de 1960, na qual Jânio e Goulart se elegeram, votaram 11,7 milhões. Na prática se realizando o PNA, o contingente eleitoral seria dobrado, já com vistas às eleições gerais de 1965. Os setores progressistas e de “esquerda” apostaram todas as suas fichas no PNA, inclusive Goulart, o PCB e setores da igreja católica. Os “conservadores” e anti-populistas e as forças de “direita”, civis e militares, sentiram ameaçadas suas posições e privilégios, e assim, reagiram. O golpe de abril de 1964, o PNA e todas as entidades que utilizavam o “Método Paulo Freire” foram extintas.

Assim, Paulo Freire  e muitos outros foram presos e depois exilados, passou 15 anos em outros países, pois não podia retornar ao Brasil, nessa fase tornou-se professor em muitas universidades internacionais, ganhando com isso fama internacional, de modo que avolumou-se e escreveu muitas obras as quais algumas de grande repercussão internacional e traduzida em muitos idiomas. Em 1960, Freire trabalhou por seis meses na Universidade de Harword (EUA), onde conseguiu escrever livros importantíssimos em sua magnífica obra.
 Paulo Freire foi indicado a muitos cargos, entre eles o de diretor do Departamento de Educação e cultura. Freire viveu em Genebra, Suíça, onde lecionou em diversas universidades, levando seu conhecimento de mundo a muitas pessoas de várias raças e credo religiosos, publicou várias obras e expandiu o pensamento de libertação por meio da educação, nos anos de 1970 dirigiu o Conselho Mundial das Igrejas em Genebra, onde pode colocar suas ideais em nível mundial, depois retorna ao Brasil onde tornou-se Secretário Municipal de educação do governo de Luísa Erundina em São Paulo, em seguida anos 1980 retoma suas atividades acadêmicas e passa a lecionar na UNICAMP e PUC-SP. Onde incentiva e orienta trabalhos científicos, realiza inúmeras conferências e recebeu título de Doutor Honoris Causa de várias universidades.
Paulo Freire foi um dos mais importantes  educadores da nova história, quem primeiro criou uma pedagogia que olhava para os oprimidos da sociedade, levantou a bandeira de um trabalho de libertação voltado para os interesses populares, para as camadas mais baixas da sociedade brasileira, tendo como objetivo principal a libertação dos oprimidos. Freire escreveu mais de trinta livros, foi aplaudido no mundo inteiro como também criticado por muitos, por conta da sua pedagogia e do seu método de alfabetização, de forma que ia de encontro aos muitos interesses neoliberais que possuíam outros interesses. Freire falece em maio de 1998 e um dos seus últimos trabalhos foi “Pedagogia da Autonomia”, elevando a ideia da condição humana como essência da vida.
2.2 O educador no contexto da Pedagogia da autonomia
Na sociedade atual a informação chega por diversos meios comunicativos, são eles: internet, rádio, televisão, celular, e muitos outros recursos tecnológicos que tem possibilitado a transação de informações entre as pessoas de forma gritante.
 Esse aspecto é importantíssimo na educação, para aqueles que fazem a educação, já que informação faz parte inteiramente do saber, do aprender e principalmente da libertação do indivíduo enquanto detentor do seu próprio desenvolvimento educacional, pois não é apenas na escola que se aprende, o saber social que ele trás como experiência  é imprescindível para o ambiente escolar onde ele irá unir seus saberes com os diversos outros, e tudo isso na escola.  Ou seja, o espaço que a escola abrange é multidisciplinar, multi-ético, multidiverso e principalmente cheios de curiosidades e anseio de aprender o novo.
 Refletir sobre as práticas docentes nas salas de aulas nos mostra a necessidade de mudanças em face dos grandes desafios que o mundo contemporâneo nos impõe, a maneira como professores devem sistematizar os conhecimentos enquanto facilitadores desse processo e a melhora na elevação dos resultados das avaliações externas são desafios impactantes e urgentes. Rever a prática de aula, reformular as ações, ampliar os horizontes das possibilidades e criatividade, refletir nos objetivos a alcançar e fazer uso dos vários recursos que a sociedade dispõe no intuito de dinamizar as aulas, é um caminho a ser percorrido e perseguido com a finalidade de renovar essa prática.
Acredita-se que ferramentas instigadoras, conscientes, reflexivas, inquietantes, criativas, mediadoras e interativas sejam capazes de revolucionar as ações da prática docente, de forma a conquistar os interesses dos alunos e motivá-los. Assim, o conhecimento passa a ser significativo, ou seja, a ter significado, porque os mesmos estão conscientes do seu papel enquanto educandos e da sociedade em que estão inseridos, que exige deles o esforço necessário para ocupar lugar de destaque, para tanto, é fundamental estar preparado para essa realidade, e só através da educação de qualidade é que se adquire esse ser consciente e pensante.
Cabe ao professor ter consciência do seu fazer em sala de aula, o seu conteúdo será vivenciado no contexto de forma mediada, reflexiva e que leve os educandos a indagações, a dialogar a sua aprendizagem, conforme esclarece Freire (1996, p.47):

Saber que ensinar não é transferir conhecimentos, mas criar as possibilidades para a sua própria produção ou sua construção. Quando entro em sala de aula devo estar sendo um ser aberto a indagações, a curiosidades, às perguntas dos alunos, a suas inibições; um ser crítico e inquiridor, inquieto em face da tarefa que tenho a de ensinar e não a de transferir conhecimento.

O professor tem que ter uma postura não de dominação do conhecimento, aquele que sabe tudo, pelo contrário, ele deve aprender na convivência com os alunos a ser cada dia mais ético. Essa ética segundo as ideias de Paulo Freire não é uma ética voltada para as ações mercadológicas transacionais, onde se percebe um escambo, de um lado se dá simpatia e atenção, para que no outro se troque dinheiro. Não é essa.
A ética voltada para as ideias de Freire é mais humana e mais consciente, elaborada para professores que ensinam a pessoas, aquelas que estão procurando o crescimento intelectual voltado para a vida social que detém e a sua liberdade enquanto ser pensador.
Sobre essa ética, Paulo Freire ressalta (1996,p,9),
A ética de que falo é a que se sabe afrontada na manifestação discriminatória de raça, de gênero, de classe. É por esta ética inseparável da prática, jovens ou com adultos, que devemos lutar. E a melhor maneira de por ela lutar é vive-la em nossa prática, é testemunhá-la, vivaz, aos educandos em nossas relações com eles. Na maneira como lidamos com os conteúdos que ensinamos, no modo como citamos autores de cuja obra discordamos ou com cuja obra concordamos.

2.4 Contexto Educacional no Brasil e os ideias oriundas de Paulo Freire
A ideia central do Ministério da Educação é transformar a interdisciplinaridade e a contextualização parte integrante dos ideais de cada escola em todo o Brasil. Segundo os PCN´s (1999, p.37),”A organização em três áreas tem como base a reunião daqueles conhecimentos que compartilham objetos de estudos, e portanto, mais facilmente se comunicam, criando condições para que a prática escolar se desenvolva numa perspectiva de interdisciplinaridade”. É por isso que ele fez uma divisão em três áreas de conhecimento, são elas: Linguagens, Códigos e suas Tecnologias; Ciências da Natureza, Matemática e suas Tecnologias; Ciências Humanas e suas Tecnologias.
Neste sentido é que se deve atentar para o objetivo principal do processo de ensino-aprendizagem que é, segundo os PCN´s,“a capacidade humana de articular significados coletivos e compartilhá-los, em sistemas arbitrários de representação, que variam de acordo com as necessidades e experiências da vida em sociedade. A principal razão de qualquer ato da linguagem é a produção de sentido” (1999, p.125).
É nesse sentido que, segundo Freire (1996, p.69):

A nossa capacidade de aprender, de que decorre a de ensinar, sugere ou, mais do que isso, implica a nossa habilidade de apreender a substantividade do objeto aprendido. A memorização mecânica do perfil do objeto não é aprendizado verdadeiro do objeto ou do conteúdo. Neste caso, o aprendiz funciona muito mais como paciente da transferência do objeto ou do conteúdo do que como sujeito crítico, epistemologicamente curioso, que constrói o conhecimento do objeto ou participa da sua construção. É precisamente por causa desta habilidade de apreender a substantividade do objeto que nos é possível reconstruir um mau aprendizado, o em que o aprendizado foi puro paciente da transferência do conhecimento feita pelo educador.

Saber dividir trabalho, socializar conhecimentos é uma forma de fazer fluir o rendimento dos alunos, e assim, a descoberta do prazer em aprender e a escrever, como diz Perrenoud (2000, p.71), “ensinar é também estimular o desejo do saber. Só se pode desejar saber ler, calcular de cabeça, falar alemão ou compreender o ciclo da água, quando se concebem esses conhecimentos e seus usos”.
É interessante que haja envolvimento harmonioso e prazeroso na busca de conhecimentos, para que o aluno evolua rumo ao sucesso de sua aprendizagem. A motivação é fundamental, todo ato pedagógico necessita de mentalidade aberta, progressista, atitude verdadeira e doação do professor. Todo aprendizado exige expectativa de quem ensina e de quem aprende, ou seja, o resultado.
Por isso o educador necessita ser um atento motivador e pesquisador dos saberes que o aluno possui que obteve se de sua experiência de vida, de suas brincadeiras e de suas relações com o outro e com o mundo. Investigar as condições sócio- econômicas destes alunos, o tipo de vida que levam é uma variante importante que pode facilitar as atividades de ensino-aprendizagem a alcançar o objetivo proposto do educador.
A mediação constante do professor é outro aspecto relevante que despertará no educando o prazer da descoberta, de progresso na sua escrita, o professor mediador ajuda a despertar no aluno o sentimento de competência, a capacidade de ampliar o seu potencial. Segundo Gomes (2002, p. 95):


O mediador tem o papel de preparar o mediado, de instrumentalizá-lo exatamente para fazer emergir esse sentimento internalizado de competência. Além disso, o mediador deve promover no mediado uma crítica eficaz, relativa à conscientização do que ele já produz de forma competente, ou do que ele possa vir a produzir.


Um indivíduo que se sente muitas vezes incapaz de produzir algo, quando encontra na figura do educador uma pessoa que ajudará a construir o seu aprendizado, este se fortalecerá de forma a elevar a sua auto-estima e a romper o estigma que se diz não ser capaz de descobrir o prazer de escrever.
Fazer com que o aluno entenda que sua percepção é importante e que o seu lado cognitivo funciona bem e perfeitamente, bastando, apenas ser estimulado, como bem diz Antunes (2001, p.20), “é essencial acordar em todos os alunos, de qualquer nível ou série, a percepção e, sobretudo, a sensibilidade para perceber que um texto constitui apenas uma maneira de apresentar ideias.
Usar os mais variados meios de comunicação que servem de janelas para facilitar o entendimento e a aprendizagem do aluno é algo que o professor deve fazer na sua prática pedagógica, os vários recursos de comunicação que se dispõe são modalidades significativas que retêm informações, por exemplo: um quadro (trabalha a visão), um poema (emoção), uma música (aguçando a sensibilidade), um editorial de revista ou jornal (despertando a criticidade),um artigo de jornal ou revista(trazendo informação), uma obra de arte  ou ainda um passeio por museus, bibliotecas, patrimônios históricos e etc, são caminhos que o professor poderá percorrer para despertar o senso crítico  e a criatividade do aluno, sobretudo, um olhar amplo, através do mundo que o cerca, a fim compreender a complexidade das coisas, isto é observar em partes, para depois compor o todo, ou seja ter a visão holística.
Neste sentido é fundamental insistir na inovação, mudar as ferramentas de trabalho, a metodologia, a contextualização com outras disciplinas, a motivação e o envolvimento naquilo que se propõe a fazer, resgatar o prazer da leitura, da criatividade e da cultura é o caminho que cada educador deve traçar para realizar um trabalho espetacular de mudanças na educação.
Acreditar que tudo isso é possível, é a superação das antigas dificuldades e sem dúvida, o resgate das possibilidades, do prazer em aprender e em ensinar, como diz Geraldi (1984, p.86), “essas práticas inseridas no processo de ensino-aprendizagem, ajudará o aluno a entender o porquê e o para que da sua permanência na escola.

3.0 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O que teria levado um educador tão importante como Paulo Freire, a realizar e executar um trabalho excepcional, voltado para as classes menos favorecidas da sociedade brasileira? Qual seria o interesse do educador? Freire, provavelmente tenha experimentado da virtude da decência, da dignidade, da solidariedade e de um laço sentimental fraterno de querer ver às pessoas livres da opressão, e percebeu por meio da educação a possibilidade de mudanças e transformação, através da conscientização dos cidadãos, reconhecendo sua importância  no contexto social e educacional de torná-los cidadãos livres e reflexivos na busca de dias melhores. Assim, ao perceber a dimensão da educação como caminho a ser trilhado as pessoas se encantam, ao se reconhecerem como pensantes que escrevem sua própria história.
Freire, tomou o analfabetismo como problema seu, criou um método excepcional que fez com que as pessoas que não sabiam ler e escrever se encantassem com essa grandeza do saber, que sentissem o prazer de ter acesso ao conhecimento e a leitura de mundo, com isso, foi conscientizando e mostrando  as pessoas que é possível sonhar. Freire, encantou-se e encantou a todos com  sua simplicidade, sabedoria e amor ao próximo, a leveza de suas palavras e atitudes remete a defini-lo como um ser em profundo encantamento com seu semelhante, de descobrir no outro as múltiplas capacidades de se encantar, de crescer, de refletir, de agir e lutar como ser que pensa a favor de um novo Brasil, de um novo mundo, melhor e democrático para todos. Freire foi um verdadeiro patriota que deu vida a um projeto salvador que deu certo, justamente para excluir às pessoas da ignorância educacional e trazer a libertação cultural e politica de seu povo.
Freire, certamente provou de várias fontes filosóficas e se focou para realizar um trabalho relevante que beneficiária os mais necessitados, os relegados da sociedade, a exemplo da Fenomenologia, Existencialismo, Marxismo Humanista, Hegelianismo e Personalismo Cristão que consegue referendar todo o seu trabalho, Freire surpreende com sua simplicidade e verdade, participou de movimentos populares, conheceu desde cedo a fome, as dificuldades econômicas e sociais e dessa forma dedicou-se a trabalhar em prol dos mais necessitados, surpreendendo educadores do mundo inteiro, de modo que, sua filosofia tornou-se extremamente coerente e universal, o que o levou a ser reconhecido e respeitado por todo o mundo, ensinou e aprendeu com o outro, viu de perto a sabedoria popular e encantou-se e encantou o mundo e nos encantou com seus sentimentos de inacabamento do mundo e da boniteza e grandeza da educação, por acreditar que a educação é a possibilidade de seres melhores e maiores, dotados de decência solidariedade.









4.0 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ANTUNES, Irandé.  Aula de Português: encontro & interação. Ed 7º.  São Paulo:  Editora Parábola, 2001.
BRASIL, Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Lei 9.394, de 20/12/1996.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: Saberes necessários a prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996. (Coleção Leitura).
GERALDI, João Wanderley. O texto na sala de aula. São Paulo: Martins Fontes, 2006.
GOMES, C, M,A. Feuerstein e a construção mediada do conhecimento.Porto Alegre. Artdmed Editora, 2002.
PERRENOUD, P. Dez Novas Competências para Ensinar. Porto Alegre: Editora Artmed, 2000.
SCOCUGLIA, Afonso Celso. A História das ideias de Paulo Freire e a atual crise de paradigmas. João  Pessoa: Ed. Universitária\UFPB, 1999,(2ª edição)       .                                             


Artigo de autoria da professora: Zaira P. Silva (mestranda em educação)

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