A Indignação na BAHIA



INDIGNAÇÃO, esse é o sentimento da classe de professores do Estado da Bahia,Vejamos o que significa essa palavra:in-dig-na-ção: s.f. Sentimento de cólera e desprezo que uma ofensa ou uma ação injusta provocam Ira, raiva, ódio.


Há exatamente 53  dias de greve na rede estadual de ensino, os professores ainda continuam em greve, e o mais sério de tudo isso é o descaso do governo, que não conversa, não sinaliza positivamente para acabar com esse impasse, alunos fora da sala de aula, professores, pais e alunos na rua reinvindicando negociação e nada de conversa.


É esse o retrato da educação na BAHIA.
Veja o que diz um professor poeta!


“SOFRESSOR” cria carta em forma de cordel para o governador

1 de junho de 2012 
O sofrimento somado à garra e vontade de garantir uma Educação de qualidade para a população inspirou um professor que utiliza o pseudônimo de “sofressor” a criar este cordel.  Carta em forma de Cordel ao Governador da Bahia
Prezado Governador
Choro sangue no papel,
Quando assisto entristecido
O seu risível papel,

Maltratando o professor
Como faz um Coronel…
Fico aqui me perguntando,
Simples pobre “pensador”,
O que leva um governante
A causar tamanha dor
Ao pobre que está lutando
Contra um grande Ditador…
Procuro uma só razão
Capaz de justificar
Essa tua intransigência,
Teu prazer em maltratar
A quem tem a obrigação
De a nação toda educar…
Um direito garantido
Não pode ser violado,
O aumento ao professor
Deve ser negociado,
O PT é o teu partido,
Não teu trono coroado…

Devolva à nossa Bahia
Sua azul tranquilidade,
Pense nas pobres famílias,
Alvos da tua maldade,
Deixe dessa rebeldia
E diga ao povo a verdade…

A mentira , “caro amigo”,
Pernas curtas deve ter,
Pois o piso é Nacional,
Disso tu deves saber,
Não transforme em inimigo
Quem sustenta o teu poder…

A história não perdoa
O cinismo de um tirano,
Sadan foi assassinado
Por ser porco e leviano,
Tua ação maldosa ecoa
Em todo o povo baiano…

O professorado sabe
Que o tempo é seu aliado
E que a gente da Bahia
Também está do seu lado,
Dê ao povo o que lhe cabe

Vá mandar em outro estado…
Vamos fazer a campanha
Contra tua tirania,
Nunca mais terás meu voto,
Tu maltratas a alegria,
Vê se então toma vergonha,
Vai-se embora da Bahia…

Que o povo te jogue praga,

Chamando-te de farrapo,
Colocando o teu nome
Dentro da boca de um sapo,
Porque aqui é que se paga,
Nem que seja no sopapo…

Deixa de beber cachaça,
De mentir com cara dura,
O povo da nossa terra,

Rica em beleza e cultura,
Não quer mais tua trapaça
Tua risível figura…

Ouça ao pobre do poeta
Que canta com devoção,
Alertando ao soberano
Sobre a força da nação,
Não haja como um pateta
Teu destino é a solidão…

Vou aqui profetizar,
Sobre o teu pobre destino,
O teu nome será posto
Junto ao nome de um cretino:
“Hitler”, o povo irá bradar,
“Tu serás um assassino!”

“Tu serás um assassino”,
Cantará toda cidade,

“Hilter”, o povo irá lembrar,
Na maior tranquilidade,
“Tu serás um libertino”
Por toda a eternidade…

Não maltrates nosso povo,
Sobretudo o professor,
Ele sabe como agir,
Suporta tortura e dor,

Teu governo acendeu fogo
No coração do eleitor…

“No PT não voto mais,
Velhas lições aprendi,
Agora sonho acordado,
Pois de bom eu nada vi,
Eu acho que é satanás
Quem governa por aqui…”

“O diabo ganhou forma,
Tem os olhos do PT,
Ele brinca com a gente,
Ele diz nos dar prazer,
A lei da nação deforma:
Faz o professor sofrer…”

“Te esconjuro Satanás”,
Benze a face o professor,

Ao olhar para o retrato
Do falso Governador,
“Sai de mim, chega pra trás”,
“Teu maldito ditador!”

Pense bem neste cordel
Nas palavras que ele tece,
No sentido que ele guarda,
No brilho que se arrefece

No olhar do povo fiel
Que clama a
Deus numa prece…
Teu governo irá tombar
E teus feitos de maldade,
Porque quem maltrata o povo
Com tortura e com maldade,
Não consegue suportar
A face da liberdade…

Caminho para encerrar
Meu protesto literário,
Minha forma de dizer
Que não luto solitário,
O verso tem seu lugar
Num governo reacionário…
Minha arma é a poesia,
Minha palavra cortante,
Meus versos sem vaidade

Tentam congelar o instante,
Mostrando que a hipocrisia
Não tem nada de elegante…

Escute meu triste canto,
“Quem avisa amigo é,”
Dê de volta ao professor,
Sua graça e sua fé,
Quem produz o desencanto
Termina junto à ralé…

Meu caro Governador,
Jacques Wagner cruel,
Não brinque com quem derrama
O sangue sobre o papel,
Sou também um professor
Na arte de fazer cordel…

Vou de novo repetir
Para o povo este refrão,
“Quem avisa amigo é”
Não se meta em confusão,
Se tu não queres me ouvir
Vai ouvir o meu bordão…

Deixe em paz o professor,
Devolva a ele a alegria,
“Quem avisa amigo é”
Ensino com poesia;
O verso tem mais valor
Do que tua hipocrisia…
Meu caro Governador
Não se meta em confusão,
“Quem avisa amigo é”,
Isso vai virar refrão,
O final de um Ditador
É viver numa prisão…

Encerro agora o cordel,
Pois cumpri minha missão,
“Quem avisa amigo é”,
Diz o povo da nação,
Governador Coronel
Não vence mais eleição…FONTE: APLB SINDICATO

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