Desabafo de professor
É muito triste constatar essa realidade, professor precisa fazer greve, lutar, correr riscos e não ser valorizados.
Vale ressaltar que a greve é o único instrumento radical capaz de chamar a atenção das autoridades e da sociedade.
O papel do professor é educar, fazer o aluno aprender e conscientizá-los da sua importância na sociedade.
No entanto, o que constatamos ultimamente são acontecimentos deprimentes, muitas agressões a professores em pleno exercício de suas funções, por pais ou responsáveis por alunos, é complicado assistir a tudo isso, como se não bastasse, ainda são considerados culpados por uma série de coisas e até de não saber ensinar, o que constitue ainda mais uma agressão.
A Constituição do Brasil estabelece que a educação é direito de todos os cidadãos e dever do Estado. O professor é peça fundamental para cumprir essa determinação da nossa Carta Magna.Mas o que assistimos hoje é assustador, é o desrespeito ao profissional de educação em muitos aspectos principalmente a um plano de carreira do magistério que possa realmente valorizar o real protagonista desse processo.
Por essas e outras razões, percebe-se que o interesse dos jovens em se tornar professor está diminuindo consideravelmente.
Carga horária estressante, baixos salários e péssimas condições de trabalho são alguns dos fatores que fazem um número cada vez menor de interessados na carreira docente.
Muitos são os professores da rede pública de ensino que mudam de profissão por não terem mais condições nem sequer de sustentar a si e a sua família.
Contudo, o professor é o profissional que precisa passar até 4 anos na faculdade, aprender as metodologias, as didáticas, passar por estágios em sala de aulas, fazer planejamentos, planos de aula e ainda fazer concurso público para arrumar trabalho.
Dessa forma, ele sente a necessidade de ser ainda melhor, faz pós-graduação, cursos de aperfeiçoamentos e outros a fins.
Nesse sentido ainda sonha em fazer mestrado, doutorado e etc; Como fazer esses cursos? Quem vai pagar essa conta? Com o salário que recebe será possível?
Entretanto, na atual conjuntura em que vivem os profissionais de educação, poucos são os que submetem-se a fazer um desses cursos, e dessa forma, renunciar a um monte de responsabilidades e passar privações de algumas coisas, mas mesmo fazendo esse esforço descomunal, ainda assim, nada disso o fará diferente, ele ainda é o professor, a sociedade que precisa de seus serviços, o trata como apenas um servidor, aquele que dá aulas, o governo que paga seus salários, concede-lhes apenas mudanças de níveis.
É dessa forma que se chega aquele que forma o médico, o engenheiro, o advogado, o presidente da república, o governador, senadores, deputados, prefeitos e etc.
E esses que aprenderam com o professor, quando chegam ao poder esquece desse profissional que ensinou-lhes as primeiras letras.
Um país que não respeita o professor, como pode ter uma educação de qualidade?
Desse modo, percebe-se que, ao contrário do que rege nossa Constituição, a educação em nosso país não é tratada nem como prioridade nem como um direito de todo cidadão - e dever do Estado.
Por isso, é fundamental que nós professores nos unamos em cada Estado para lutar por nossos direitos e por um país que respeite a educação pública.
Zaira Silva
Zaira Silva
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