Desabafo de professor


Nos últimos meses,  constatamos uma série de acontecimentos relacionados com o professor, ou melhor, com educadores, questionamentos, notíciarios, greves de professores universitários (mais de 60 dias), vídeo do You Tube( da professora Amanda),  agressão a professores em sala de aula por mães de alunos,  Notícias  na TV nos jornais, blogs e etc .
É muito triste constatar essa realidade, professor precisa  fazer  greve,  lutar, correr riscos e não ser valorizados.
Vale ressaltar que a greve é o único instrumento radical  capaz de chamar a atenção das autoridades e da sociedade.
 O papel do professor é educar, fazer o aluno aprender e conscientizá-los da sua importância na sociedade. 
No entanto, o que constatamos ultimamente são acontecimentos deprimentes, muitas agressões a professores em  pleno exercício de suas funções,  por pais ou responsáveis por  alunos, é complicado assistir a tudo isso, como se não bastasse, ainda  são   considerados culpados por uma série de coisas e até de não saber ensinar, o que constitue ainda mais uma agressão.
A Constituição do Brasil estabelece que a educação é direito de todos os cidadãos e dever do Estado. O professor é peça fundamental para cumprir essa determinação da nossa Carta Magna.Mas o que assistimos hoje é assustador, é o desrespeito ao profissional de educação em muitos aspectos principalmente a um  plano de carreira  do magistério que possa  realmente valorizar  o real  protagonista desse processo.
Por essas e outras razões, percebe-se que o interesse dos jovens em se tornar professor está diminuindo consideravelmente.
Carga horária estressante, baixos salários e péssimas condições de trabalho são alguns dos fatores que fazem um número cada vez menor de interessados na carreira docente.
Muitos são os professores da rede pública de ensino que mudam de profissão por não terem mais condições nem sequer de sustentar a si e a sua família.
Contudo, o professor é o profissional que  precisa passar até 4  anos na faculdade, aprender as metodologias, as didáticas, passar por estágios em sala de aulas, fazer  planejamentos, planos de aula e ainda fazer concurso público para arrumar trabalho.
Dessa forma, ele sente a necessidade de ser ainda melhor,  faz pós-graduação, cursos de aperfeiçoamentos e outros a fins.
Nesse sentido ainda  sonha  em fazer mestrado, doutorado e etc; Como fazer esses cursos? Quem vai pagar essa conta? Com o salário que recebe  será possível?
Entretanto, na atual conjuntura  em que vivem os profissionais de educação, poucos são os que submetem-se a fazer um desses cursos, e dessa forma, renunciar a um monte de responsabilidades e passar privações de algumas coisas, mas mesmo fazendo esse esforço descomunal, ainda assim, nada disso o fará diferente, ele ainda é o professor, a sociedade que precisa de seus serviços, o trata como apenas um servidor, aquele que dá aulas, o governo que paga seus salários, concede-lhes apenas mudanças de níveis.
É dessa forma que se chega aquele que forma o médico, o engenheiro, o advogado, o presidente da república, o governador, senadores, deputados, prefeitos e etc.
E esses que aprenderam com o  professor, quando chegam ao poder esquece desse profissional que ensinou-lhes as primeiras letras.
Um país que não respeita o professor, como  pode ter uma educação de qualidade?
Desse modo, percebe-se que, ao contrário do que rege nossa Constituição, a educação em nosso país não é tratada nem como prioridade nem como um direito de todo cidadão  - e dever do Estado.
Por isso, é fundamental que nós professores nos unamos em cada Estado para lutar por nossos direitos e por um país que respeite a educação pública.

Zaira Silva

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