A canção - A cor do invisível - Mário Quintana








Enquanto os teus olhos ainda estão cerrados sobre os

[mistérios noturnos da alma
E o dia ainda não abriu as suas pálpebras,
Nasce a canção dentro de ti como um rumor de águas,
Nasce a canção como um vento despertando as
[folhagens...
Não vem de súbito, vem de longe e de muito tempo.
Mas - agora - estás desperto na cidade e não sabes,
Entre tantos rumores e motores,
Como é que tens de súbito esta serenidade
De quem recebesse uma hóstia em pleno inferno.
Deve ser de versos que leste e nem te lembras,
De telas, de estátuas que viste,
De um sorriso esquecido...
E destas sementes de beleza
E que
- às vezes -
No chão do rumoroso deserto em que pisas,
Brota o milagre da canção!"
Esta poesia é de uma grandiosidade  fantástica, a sensibilidade do poeta em colocar as palavras certas, no momento certo, Mário, quanta beleza nas tuas palavras!
Mário é extremamente apaixonante, eu admiro  por isso, por esse trabalho sensacional, dotado de uma inteligência extrema, capaz de tocar os corações mais insensíveis..
Zaira

A canção - A cor do invisível - Mário Quintana

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