Literatura Barroca----------Alunos do segundo ano





Olá turma,
O tema de vocês está aqui conforme prometi, para que possam pesquisar e coletar o material destinado a cada equipe,e se quiserem acrescentar mais detalhes fiquem á vontade, pesquisem mais, vão á biblioteca da cidade ou da escola.
Vale ressaltar que a união da equipe é fundamental para o sucesso do trabalho!!
O planejamento da apresentação deve ser discutida por todos, lembrando que a criatividade é essencial a cada grupo, aproveitem e façam o melhor que puder!!!
Beijos e boa sorte!!!!!!!!

Zaira



Barroco



As manifestações artísticas consideradas barrocas foram produzidas principalmente no século XVII. O traço principal do estilo barroco é a tensão entre espírito e matéria, céu e terra, razão e emotividade, contenção e derramamento, cientificismo e religiosidade. Na Europa, essas características refletem o conflito de idéias colocado pelo progresso científico impulsionado no Renascimento e a Reforma Protestante, de um lado, e a reação contra-reformista da Igreja Católica, de outro.

Na literatura, a tensão manifesta-se pela intensificação do uso de recursos estilísticos. Antíteses, inversões, metáforas, preciosismo verbal e obscuridade de sentido foram cultivados por diversos autores do período, entre os quais destaca-se o poeta espanhol Luís de Góngora. No Brasil, os principais autores do Barroco foram Gregório de Matos e Padre Antônio Vieira. O primeiro celebrizou-se pela poesia satírica e pelo retrato impiedoso e lírico de sua Bahia natal. O segundo, pela riqueza literária dos sermões com que defendia o ideário católico.

Profícuo na região de Minas Gerais no século XVIII, o Barroco brasileiro na arquitetura e na escultura não é contemporâneo do Barroco literário.

No período em que o movimento artístico atingia seu auge com as esculturas sacras de Aleijadinho, as manifestações literárias produzidas no Brasil já são de caráter neoclássico, árcade ou rococó. Em razão da pluralidade e pouca especificidade da produção literária seiscentista, estudiosos propõem que o termo Barroco seja insuficiente para caracterizar a diversidade das manifestações artísticas do período.

Uma vez que as artes apresentam grande diversidade durante o período de vigência do Barroco, seus traços comuns têm de ser investigados de par com as tendências intelectuais e culturais da época. Entre as que influenciaram as artes de modo especialmente significativo, destacam-se a consolidação das monarquias absolutas na Europa, a ampliação dos horizontes intelectuais decorrente das novas descobertas da ciência e a Contra-Reforma. É impossível, por exemplo, pensar a pujança arquitetônica de palácios como o de Versalhes, na França, dissociada da necessidade do poder real de afirmar e exibir sua monumentalidade. Do mesmo modo, a partir de formulações como a de Copérnico, que tirava a Terra do centro do universo, os pilares da fé religiosa são ameaçados. Em boa medida, deriva daí a tensão entre divino e profano, Deus e homem, terra e céu presente em grande parte das manifestações artísticas consideradas barrocas. Por fim, a Contra-Reforma é um vetor importante para o processo porque fez da arte um meio de propaganda do ideal católico, então ameaçado pela Reforma Protestante. E, para falar diretamente ao observador, para converter o infiel, era preciso apelar aos sentidos e enfatizar os meios expressivos.

O termo barroco provavelmente deriva da palavra italiana barroco, usada por filósofos da Idade Média para descrever um obstáculo ao raciocínio lógico. Em seguida, a palavra passou a designar qualquer tipo de idéia obscura ou processo tortuoso de pensamento.

Outra origem possível está na palavra portuguesa barroco, que se refere a um tipo de pérola de formato irregular. Na crítica de arte, barroco começou a ser usado na descrição de qualquer objeto irregular, bizarro, ou que fugisse das normas de proporção estabelecidas. Esse ponto de vista perdurou até o fim do século 19, época em que o termo ainda carregava a conotação de estranheza, grotesco, exagero e excesso de ornamentação.

Foi só a partir do estudo pioneiro do historiador de arte Heinrich Wölfflin, Renascimento e Barroco (1888), que o Barroco tornou-se uma designação estilística e teve suas características sistematizadas.

As primeiras manifestações do Barroco, ocorridas na Itália, datam das últimas décadas do século XVI. Em outras regiões, notadamente a Alemanha e o Brasil colonial, o movimento atingiria seu auge no século XVIII. Na história da arte ocidental, no entanto, o Barroco se confunde com o século XVII.

No Brasil, a emergência do Barroco coincide com os ciclos de ocupação e exploração intensa e regular das possibilidades econômicas do Brasil-Colônia, que a partir da segunda metade do século XVI fizeram surgir núcleos urbanos de grande importância econômica e cultural na Bahia e em Pernambuco. Consolidava-se então uma economia baseada na monocultura e na escravidão negra. Começavam a surgir as Academias, associações literárias inspiradas em modelos portugueses que representam o primeiro sinal articulado de preocupação cultural no país. As invasões estrangeiras que ocorreram nos séculos XVI e XVII, com destaque para a holandesa (1624-1654), contribuíram para a aceleração das transformações econômicas no Nordeste e também para a formação de uma espécie de "consciência colonial", que começava a se manifestar nos escritos seiscentistas.

CARACTERÍSTICAS GERAIS
As obras que distinguem o período são estilisticamente complexas, até mesmo contraditórias. Em geral, é possível dizer que o desejo de evocar estados de espírito exaltados e de apelar dramaticamente aos sentidos do observador é comum à maior parte de suas manifestações. Algumas características associadas ao Barroco são grandeza, sensualidade, dramaticidade, movimento, vitalidade, tensão e exuberância emocional. Todas contrapõem-se ao racionalismo contido e metódico que era próprio ao Classicismo, período anterior que se confunde com o Renascimento e que enfatiza o rigor e a sobriedade por meio da imitação dos autores da antigüidade grega e romana.

Muitos historiadores costumam dividir a literatura do Barroco em duas tendências : o conceptismo e o cultismo.

O primeiro, mais freqüente na prosa, corresponde ao jogo de idéias, à organização da frase com uma lógica que visa à persuasão, como pode ser observado nos sermões do Padre Vieira.

O segundo, característico da poesia, define-se pelo jogo de palavras com vistas ao preciosismo formal e tem como autor emblemático o espanhol Luis de Góngora, influente sobre os poetas do período a ponto de o Barroco literário também ser conhecido como Gongorismo. Outras designações freqüentes para a época são Seiscentismo, Maneirismo e Marinismo, este último em razão da obra do poeta italiano Gianbattista Marini.

Um exemplo da abrangência da concepção do termo Barroco pode ser obtido a partir da formulação da historiadora e crítica literária Luciana Stegagno Picchio. De acordo com a autora, o período foi especialmente rico no Brasil porque a estética barroca se adapta com facilidade a um país que cria sua própria fisionomia e cultura em termos de oposição e de encontro de contrários, de mestiçagem. Nesse sentido, ela argumenta que também a primeira literatura dos descobrimentos é barroca. Assim como a literatura dos jesuítas, pela concepção trágica da vida, pela temática contra-reformista e pela forma plurilíngüe.

Fora da literatura, o Barroco no Brasil só atingiria seu ponto máximo na segunda metade do século XVIII. Nesse período, durante o ciclo do ouro nas Minas Gerais, a arquitetura, a escultura e a vida musical desenvolveram-se a ponto de constituir um Barroco "mineiro", cujos exemplos mais significativos estão na obra do escultor Aleijadinho, do pintor Manuel da Costa Athaide e do compositor Lobo de Mesquita. A poesia e a prosa contemporânea desses autores, no entanto, não é mais barroca. Em 1768, quando se publica o livro Obras, de Cláudio Manuel da Costa, o estilo árcade passa a predominar na literatura.

Importa ainda lembrar que, nos últimos anos, alguns dos principais estudiosos da produção literária brasileira do século XVII têm se dedicado à hipótese de que o termo Barroco não dá conta das variadas manifestações artísticas do período, que por isso mesmo devem ser entendidas em sua singularidade.

Os autores mais destacados do Barroco literário do Brasil são o Padre Vieira (1608-1697) e Gregório de Matos (1623-1696). Pregador cristão a serviço da Coroa portuguesa, Vieira passou a maior parte da vida no país. Por se apropriar de termos e elementos da cultura brasileira em seus textos, foi de fundamental importância para a constituição de uma linguagem que começava a ganhar autonomia em relação a Portugal. Seus sermões são ricos em antíteses, paradoxos, ironias, jogos de palavras, hipérboles e alegorias. Com gosto pelo tom profético e messiânico, ele levou a arte da retórica e da persuasão ao paroxismo. Deixou uma obra vasta na qual se destacam o Sermão da Sexagésima e o Sermão do Bom-Ladrão. Outros nomes de relevo na prosa do período são Sebastião da Rocha Pita (1660-1738), autor da História da América Portuguesa, Nuno Marques Pereira (1652-1731), cujo Compêndio Narrativo do Peregrino da América é considerado pioneiro na narrativa de cunho literário do país, e o frei Vicente do Salvador (1564-1636/1639), autor do volume História do Brasil (1627).

Sem ter publicado nenhum poema em vida e ainda envolto em incertezas em relação à autoria da obra, Gregório de Matos é a epítome do Barroco na poesia brasileira. Os textos a ele atribuídos foram registrados a partir da tradição oral de seus contemporâneos. Religiosos, líricos e satíricos, os versos que compõem sua obra proferem uma crítica demolidora contra o clero, políticos e outros poderosos da época. Pródigo em metáforas, paradoxos, inversões sintáticas e sentenças que condensam erotismo, misticismo, palavras de baixo calão e busca do sublime, ele praticou um hedonismo lingüístico capaz de condensar a matriz barroca com o estímulo localista, como se pode verificar pela leitura dos poemas Triste Bahia e À Mesma D. Ângela. Não por acaso, o poeta é considerado o primeiro autor a dar estatuto literário à figura do índio.

O poema Prosopopéia, de Bento Teixeira, é tido como marco inicial do movimento no Brasil. Datado de 1601 e escrito com estilo e concepção inspirados em Camões, Prosopopéia é um poema épico de louvor a Jorge Albuquerque Coelho, segundo donatário da Capitania de Pernambuco. No campo da poesia, destaca-se ainda Manuel Botelho de Oliveira, autor de Música do Parnaso, o primeiro livro impresso escrito por autor nascido no país. O livro de Oliveira é uma reunião de poemas em português e espanhol que seguem rigorosa orientação cultista e conceptista

No século XVIII, o Brasil presenciou o surgimento de uma literatura própria a partir dos escritores nascidos na colônia, quando as primeiras manifestações valorizando a terra surgiram.

Contexto Histórico

Os fatos históricos fundamentais da época foram a Primeira invasão holandesa, que ocorreu na Bahia, em 1624, e a Segunda, em Pernambuco, em 1630, que perdurou até 1654.

As invasões aconteceram na região que concentrava a produção açucareira.
A produção literária não foi favorecida nesse período, pois a disputa pelo poder no Brasil era evidente e chamava toda a atenção.

O Barroco surgiu nesse contexto como fruto de esforços individuais, quando os modelos literários portugueses chegaram ao Brasil.
A arte que se desenvolveu com mais força foi a arquitetura, mas a partir da segunda metade do século as artes sofreram impulso maior.

Costuma-se considerar a publicação da obra Prosopopéia (1601), de Bento Teixeira, como o marco inicial do Barroco no Brasil. Esse é um poema épico, de estilo cancioneiro que procura imitar Os Lusíadas.

Os autores barrocos que mais se destacaram são:
- Gregório de Matos (na poesia);
- Pe. Vieira (na prosa);
- Bento Teixeira;
- Frei Manuel de Santa Maria Itaparica;
- Botelho de Oliveira;
- Sebastião da Rocha Pita;
- Nuno Marques Pereira.

Gregório de Matos (1633? – 1696)

Gregório de Matos é o maior poeta barroco brasileiro, sua obra permaneceu inédita por muito tempo, suas obras são ricas em sátiras, além de retratar a Bahia com bastante irreverência, o autor não foi indiferente à paixão humana e religiosa, à natureza e reflexão.
As obras desse escritor são divididas de acordo com a temática: poesia lírica religiosa, amorosa e filosófica.

- A lírica religiosa: explora temas como o amor a Deus, o arrependimento, o pecado, apresenta referências bíblicas através de uma linguagem culta, cheia de figuras de linguagem. Veja que no exemplo a seguir o poeta baseia-se numa passagem do evangelho de S. Lucas, quando Jesus Cristo narra a parábola da ovelha perdida e conclui dizendo que “há grande alegria nos céus quando um pecador se arrepende”:

A JESUS CRISTO NOSSO SENHOR

Pequei, Senhor; mas não porque hei pecado,
da vossa alta clemência me despido;
porque, quanto mais tenho delinqüido,
vos tenho a perdoar mais empenhado.

Se basta a vos irar tanto pecado,
a abrandar-vos sobeja um só gemido:
que a mesma culpa, que vos há ofendido
vos tem para o perdão lisonjeado.

Se uma ovelha perdida, e já cobrada
glória tal e prazer tão repentino
vos deu, como afirmais na sacra história,

eu sou Senhor, a ovelha desgarrada,
cobrai-a; e não queirais, pastor divino,
perder na vossa ovelha, a vossa glória.
(Gregório de Matos)


- A lírica amorosa: é marcada pela dualidade amorosa entre carne/espírito, ocasionando um sentimento de culpa no plano espiritual.

- A lírica filosófica: os textos fazem referência à desordem do mundo e às desilusões do homem perante a realidade.

Em virtude de suas sátiras, Gregório de Matos ficou conhecido como “O boca do Inferno”, pois o poeta não economizou palavrões nem críticas em sua linguagem, que além disso era enriquecida com termos indígenas e africanos.

Eis um exemplo dos muitos “retratos” que Gregório de Matos compôs:

Soneto

A cada canto um grande conselheiro,
Que nos quer governar cabana, e vinha,
Não sabem governar sua cozinha,
E podem governar o mundo inteiro.

Em cada porta um freqüentado olheiro,
Que a vida do vizinho, e da vizinha
Pesquisa. Escuta, espreita, e esquadrinha,
Para levar à Praça, e ao Terreiro.

Muitos mulatos desavergonhados,
Trazidos pelos pés os homens nobres,
Posta nas palmas toda picardia.

Estupendas usuras nos mercados,
Todos, os que não furtam, muito pobres,
E eis aqui a cidade da Bahia.

Nesse texto o poeta expõe os personagens que circulavam pela cidade de Salvador - conhecida como Bahia- desde as mais altas autoridades até os mais pobres escravos.


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